Os ensinamentos de Cristo provocaram uma reação fortíssima no judaísmo, arraigado em suas tradições rígidas, sem bom senso.
Vinho novo em odres novos…
E a perseguição aos primeiros cristãos foi tão ferrenha que eles se mudaram para Roma, sede do Império Romano.
Lá enfrentaram o paganismo, e também foram muito perseguidos.
Reuniam-se escondidos em catacumbas no subterrâneo de Roma.
Após violentas perseguições onde foram até mesmo mortos como comida dada aos leões famintos no Coliseu, ou crucificados nos jardins palacianos e acesos como tochas, o cenário começou a mudar…
O Pai-Nosso
Muitas vezes refleti sobre a oração do Pai – Nosso. Achava linda a forma como Jesus nos ensinou essa oração e como ela deve ser rezada: no silêncio do nosso quarto, com a porta fechada, isto é, no silêncio de nosso coração. É assim que oramos ao nosso Pai. E em espírito e verdade.
Santa Tereza d’Ávila dizia que devíamos contemplar cada verso, que era preferível rezar um Pai-Nosso pausadamente do que o repetirmos como papagaios, sem refletir no que estamos dizendo. Dizia que para a oração ter valor ela devia ser acompanhada pelo coração.
Esta versão do Pai-Nosso, que recebi há alguns anos, dizem que é uma tradução direta do aramaico para o português, sem interferências, e segundo a fonte, a oração está escrita numa pedra branca de mármore, em Jerusalém, na Palestina, no Monte das Oliveiras, na forma que era invocada por Jesus. O aramaico era um idioma originário da Alta Mesopotâmia, (séc. VI a.C.) e a língua usada pelos povos da região. Aramaico era a língua que Jesus falava.
Pai-Mãe, respiração da Vida,
Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos!
Faça Sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós
Para que possamos torná-la útil.
Ajude-nos a seguir nosso caminho
Respirando apenas o sentimento que emana do Senhor.
Nosso Eu, no mesmo passo, possa estar com o Seu,
Para que caminhemos como Reis e Rainhas
Com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo sejam um só,
Em toda a Luz, assim como em todas as formas,
Em toda existência individual, assim como em todas as comunidades.
Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós,
Pois assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo nos iluda.
E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.
-Talvez fosse assim que os primeiros cristãos rezavam… – considerou Kávula. E você, já pensou como seria o pai – nosso na linguagem dos nossos dias?
– Pensei. Talvez assim:
Criador da Vida e Nosso Pai
Que vive e se manifesta no Amor Verdadeiro,
Reverenciada e Amada seja Sua Obra e Seu Poder,
Para que Seu Reino de Amor se instale dentro e fora de nós.
Seja conhecida e respeitada Sua Vontade, que é o Amor entre nós, em todo tempo e lugar, no Planeta Terra e na Vida Universal que o sustenta.
Dá-nos a cada dia o que necessitamos para viver com dignidade e crescimento.
Pai, dá-nos também a força e a coragem para vivermos no Amor por Ti, por nós e por nossos irmãos.
Dá-nos sabedoria para tirarmos as raízes do mal dentro de nós, que são a irritação e a mentira, e proteja-nos contra o mal que possa existir fora de nós.
Não leves em conta nossas limitações e ajuda-nos a compreender o tempo e o momento de nossos semelhantes, para assim atingirmos nossa mais pura essência, e o reino dos céus se revelar plenamente em nosso coração.
Abre nossos olhos e nossos ouvidos para que busquemos sempre o Bem Maior em todas as situações.
Quando agirmos assim, contribuiremos para trazer a harmonia do Céu para a Terra.
Amém
Cristo dividiu o tempo – antes de Cristo e depois de Cristo
Refletindo nessas palavras, Kávula perguntou-me:
– Quando se modificou a situação dos primeiros cristãos ?
– O quadro foi alterado no ano de 327 pelo imperador Constantino I, o Grande
(288 – 337 d.C), Imperador do Sacro Império Romano, e quem instituiu o Calendário Cristão. Seu nome em latim é Caius Flavius Valerius Aurelius Constantinus, e o que vou relatar são reminiscências de minha lembrança — um passeio pelos fatos — sem rigor histórico. Quando o Império Romano dividiu-se em quatro partes, Constâncio Cloro, pai de Constantino, foi eleito monarca de uma delas, que compreendia as Gálias, Espanha e Bretanha. Porém, o Imperador Maximiniano, que lhe oferecia a coroa, impunha-lhe uma condição: ele casar-se com sua filha, Teodora. Constâncio já era casado com Helena, uma mulher de origem plebéia e que não podia ser rainha.O casal tinha um filho de 20 anos, o Constantino.
Como já era casado, para obter a mais alta dignidade do Império, divorciou-se de Helena e casou-se com Teodora, a filha do Imperador.
– A dor do Constantino foi muito profunda, ao considerar o desprezo com que sua mãe fora tratada e nem participou da cerimônia que investia o pai na nova posição. Mas a vida dá realmente muitas voltas. Veja o que aconteceu então: Constantino tornou-se soldado e, mesmo sem a proteção do pai e unicamente por suas ações e merecimentos logo se tornou um dos mais famosos capitães do século. Fez as pazes com o pai e em 306, quando Constâncio morreu, os soldados de Constantino o proclamaram imperador de Roma.
Quanto à Helena, o marido a rejeitou por ela ser plebeia e não poder ser rainha. O filho, após ser proclamado imperador, a elevou à dignidade igual à sua e tornou-a imperatriz.
– Esse caso é um exemplo da Roda da Fortuna em ação durante uma encarnação…
– É mesmo… Constantino teve que empreender várias batalhas antes de estabelecer a paz e a ordem no Império Romano.
Durante uma delas, o imperador teve uma visão: enxergou no céu uma cruz de fogo na qual havia estas palavras: In Hoc Signo Vinces, que significam: Com Este Símbolo Vencerás. Constantino considerou tal visão como uma visão de Deus, abraçou a religião cristã e adotou a cruz em seu estandarte.
– Esse fato é semelhante à visão que São Paulo teve na estrada de Damasco. E não deixa de se reportar à Cruz de Estrelas, disponível para quem quiser procurá-la no céu.
O símbolo da Cruz e a Cruz de Estrelas no Céu
Isso mesmo. Nós também temos a cruz em nossa bandeira: a Constelação do Cruzeiro do Sul é uma Cruz.
– Uma bela cruz, feita de estrelas. Mais adiante veremos que a Cruz é o sinal de união entre tudo e todos, assim, o fato de Constantino tê-la enxergado no Céu provocou a transformação, inclusive com a instituição de uma nova contagem para o tempo.
Voltando ao nosso assunto, desde então o Império Romano, do qual Constantino era senhor absoluto, adotou o cristianismo como religião oficial. Esta conversão determinou a de Helena, que fez uma peregrinação à Terra Santa, e trouxe pedaços da cruz em que Cristo foi flagelado para Roma. Foi considerada santa.
Depois que Roma aceitou a fé cristã, tudo correu de forma mais amena, claro.
Mas hoje já se pensa que o cristianismo em Roma já havia se tornado tão forte que houve uma jogada política para perpetuar o Império com vestes cristãs. Porém sempre houve durante a aliança entre o Império Romano e o Cristianismo verdadeiros espíritos de luta que “beberam o sangue e comeram a carne de Cristo”, isto é, O incorporaram em suas vidas. E assim a verdade não se perdeu totalmente
E também tivemos os exageros do lado cristão, quando muito mais tarde, em nome de Cristo houve atrocidades como Cruzadas, a Santa — imagine! — Inquisição, a perseguição a grandes cientistas e filósofos… Na realidade, em nome de Cristo se cometiam atos anticristãos.
– O movimento Yin e Yang. Os lados se alternam.
– Por isso que o equilíbrio, a verdade, a tolerância, o bom senso são tão fundamentais: são eles que nos preservam dessas oscilações, porque quando a energia caminha muito por um lado, depois ela terá que contrabalançar. A cruz também representa o equilíbrio entre o mundo material e o espiritual.
Jesus Cristo e a profunda crise espiritual nos diasde hoje
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